Segunda-feira, um jovem de 22 anos chega ao apartamento da ex-namorada, de 15. Inconformado, ele não quer apenas vê-la ou conversar com ela, planejou muito mais que isso. Lá, ele se depara com mais três amigos dela. Armado, ele rende todos, libera os dois homens e faz a ex-namorada e sua amiga de reféns. Tem início aí o sequestro em cárcere privado de maior duração da história do estado de São Paulo. E, pelo seu desfecho, um dos mais marcantes na história do país.
Neste domingo, 18, completa um ano da morte de Eloá Cristina Pimentel. Eloá vivia com os pais no bairro de Jardim Santo André, na cidade de Santo André, São Paulo. Seu ex-namorado, Lindemberg Fernandes, a manteve em cárcere privado por mais de 100 horas junto da amiga Nayara Rodrigues, antes de disparar contra as duas no momento em que a polícia decidiu invadir o apartamento.
O país inteiro acompanhou o desenrolar do sequestro. Não houve outro assunto naquela semana. Era inédito. Ainda mais pelas particularidades daquele caso. Terça-feira, 14, Nayara é libertada. No dia seguinte, o absurdo: Beirando o ridículo de uma ficção, a polícia permite que a garota reporte ao apartamento. Motivo? Nayara assumiria o papel que a polícia não conseguia cumprir, a de ser a negociadora. O lema básico da polícia de "proteger os honrados cidadãos de bem e levar aqueles que descumprirem a Lei à justiça”, passam longe do Jardim Santo André. Arriscando vidas como fichas de um jogo de pôquer, o óbvio se confirma: Lindemberg volta a sequestrar Nayara. Mais agressivo e transtornado, Lindemberg já é um dos principais personagens de um espetáculo assustador, que é repercutido pro todo o país.
O enredo, por fim, acaba a surpreender. Por infelicidade. Algo realmente estranho soprou na mente dos comandantes daquela operação. Uma vontade de arriscar surgiu nos policiais: “O dobro ou nada?” Eloá perdeu nessa. Foi morta com um tiro na cabeça. E sua amiga, Nayara, também ferida com tiro na boca. A operação terminou desastrosamente. Uma invasão mal-planejada. Antes da invasão, a polícia disse ter ouvido um tiro: mal sabia ela que o disparo se dirigia ao próprio pé.
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