O horário de verão começou na meia-noite deste domingo (18), afetando diretamente a rotina dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mais o Distrito Federal. Nesses 10 estados e no DF, a hora foi adiantada em 60 minutos. Ainda que o horário diferenciado não vigore no Piauí desde 2001, é preciso que a população local fique atenta às mudanças no horário de funcionamento de algumas organizações, como bancos e aeroportos.
O recado mais urgente é para os candidatos ao concurso da Polícia Rodoviária Federal. As provas serão aplicadas hoje, às 13 horas – no horário de Brasília, é bom que se lembre. Portanto, os portões dos locais de prova serão fechados ao meio-dia, no horário piauiense. No edital do concurso, há a recomendação de que os candidatos estejam a postos 60 minutos antes do início dos exames: às 11 da manhã, por aqui.
O horário de verão foi adotado pelo Brasil através do decreto 20.466/1931, no primeiro governo Getúlio Vargas, por sugestão da Associação Bancária do Rio de janeiro. No dia 3 de outubro de 1931 começava o primeiro período com horário especial no Brasil, perdurando essa situação até 31 de março do ano seguinte. Todos os estados tiveram que aderir. O objetivo era diminuir o consumo de luz elétrica durante o verão, quando o sol nasce mais cedo: com as atividades de rotina antecipadas em uma hora, as pessoas acordariam junto com a aurora e poderiam aproveitar melhor a luz natural. Em 1932, o horário voltou a vigorar no mesmo período.
Em 33, Vargas cedeu às pressões de comerciários e de outras entidades, revogando as determinações anteriores. A hora de verão só voltou em 1949, no governo de Eurico Dutra: os relógios estariam adiantados de 1º de dezembro de cada ano até 30 de abril do ano seguinte. Funcionou assim até 1953, quando o horário de verão foi extinto novamente por Getúlio Vargas, na sua segunda passagem pela presidência da República. Vargas não justificou o ato.
Dez anos depois, João Goulart revalidou a hora especial, por conta da estiagem no centro-sul do país. A escassez de chuvas prejudicou a produção de energia elétrica, e o governo teve que adotar medidas para economizar. O decreto expedido em 18 de outubro de 1963 determinava que o horário diferenciado vigoraria apenas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e no extinto estado da Guanabara. Notando-se a eficiência da medida, a hora de verão foi entendida a todo o território nacional.
Horário de Verão não vigora no Piauí há oito anos
Em 1968, o Ministério das Minas e Energia solicitou ao então presidente Artur da Costa e Silva que o horário fosse cancelado. O chefe do governo atendeu ao pedido. A hora de verão só voltou em 1985, no governo José Sarney, contraditoriamente por recomendação do Ministério das Minas e Energia.
De 85 até agora, o horário de verão foi adotado anualmente, com frequentes mudanças na abrangência territorial. Constatou-se que a medida só dava resultados plenos nos estados mais distantes da linha do Equador, nos quais os dias realmente ficam mais longos no verão. Nas localidades situadas nas proximidades da linha – no território brasileiro, o Nordeste e o Norte – dias e noites tinham quase a mesma duração durante todo o ano. O sol nasce nos mesmos horários, com irrisórias diferenças entre um dia e outro. Nessas regiões, o horário de verão proporcionava pouco ou nenhum benefício e ainda era motivo de transtornos: as pessoas tinham que sair de casa antes que as ruas estivessem iluminadas, o que as deixava sujeitas à criminalidade.
De 85 até agora, o horário de verão foi adotado anualmente, com frequentes mudanças na abrangência territorial. Constatou-se que a medida só dava resultados plenos nos estados mais distantes da linha do Equador, nos quais os dias realmente ficam mais longos no verão. Nas localidades situadas nas proximidades da linha – no território brasileiro, o Nordeste e o Norte – dias e noites tinham quase a mesma duração durante todo o ano. O sol nasce nos mesmos horários, com irrisórias diferenças entre um dia e outro. Nessas regiões, o horário de verão proporcionava pouco ou nenhum benefício e ainda era motivo de transtornos: as pessoas tinham que sair de casa antes que as ruas estivessem iluminadas, o que as deixava sujeitas à criminalidade.
Por isso, o horário não vigorou no Piauí entre os anos de 1990 e 1998. Foi reincluído em 99, para ser novamente poupado em 2000. Em 2001, os moradores do estado tiveram que se adaptar ao adiantamento da hora pela última vez. Foi publicado em 2008 o decreto 6.558, que regulamentou a duração do horário de verão em termos específicos: início à meia-noite do terceiro domingo de outubro de cada ano, com término no terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte, atingindo 10 estados e o Distrito Federal.
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Texto: Shaianna Araújo
Foto: Juscelino Ribeiro
Foto: Juscelino Ribeiro
(shaiannaaraujo@hotmail.com / juscelinoribeirojr@hotmail.com)
1 comentários:
Uma verdadeira aula de historia para se entender como e pq surgiu este horario...
bacana.
=)
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